quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Mais uma opção de lazer para esse período de recesso ou férias coletivas.

Se você não reconheceu o local ao qual me refiro vendo a foto ao lado, não se preocupe. Eu também não conhecia esse lago, que foi apenas mais uma grata surpresa ao visitar a Sala Burle Marx (o jardim foi projetado por ele).
 Ok, você ainda nem desconfia de onde estive...(o pontinho laranja é uma carpa que quis sair bem na foto, uma alternativa para aquelas páginas em que se procura o gato). A Sala Burle Marx fica após a sala Pinacoteca, cuja entrada parece ser escondida, mais precisamente no vértice oposto ao do Grande Salão, isso se considerarmos o palco do Auditório Pedro Piva um polígono regular. Refiro-me ao Mube (SP).

Estive lá para ver a exposição de Botero, uma crítica à violência presente na Colômbia. Mais de 60 obras no Grande Salão deixaram-me reflexiva (divagações quanto à utilidade extra que a arte pode ter) e acabei passeando pelo jardim. Foi quando percebi que havia outra exposição, ocupando duas salas. A originalidade do que vi fez com que eu esquecesse de Botero:                                                    
Fotos, impressões e um filme junto a um texto conciso, informando que todas as obras tinham como origem a reforma da biblioteca de Leipzig, deixaram-me intrigada. Sabe quando o “Tico e o Teco” não se comunicam? Pois é, eu amei as impressões, tanto o resultado gráfico quanto a sua apresentação, pendurando-as; até as colocaria na parede de minha casa, mas não conseguia compreender a relação delas com as fotos, nem com o filme. Foi aí que o David, que trabalha lá, me explicou: o artista, Maix Mayer, tirou 7 mil fotos da biblioteca e, através de algoritmos, chegou naqueles gráficos.
Voltei a revi tudo, até tirei essas fotos para vocês conseguirem entender melhor. Viajei totalmente: imagina só se para cada fase de sua vida, se para cada relacionamento, fosse montado um gráfico assim... Imaginei-me voltando de férias e, ao invés de ter que desconversar para não enviar as fotos para o pessoal que aparenta só querer ser simpático comentando-as, apenas mandar um gráfico desses. Pode parecer excentricidade, mas a explicação do conceito talvez lhes permitisse deixar-me trabalhando em paz.

Dá para usar em tudo, desde convite de aniversário, a partir das fotos tiradas no 12 meses anteriores; nas boas-vindas ao novo endereço, mesclando o novo e o antigo; em festas cujos convidados não queiram se comprometer; viagens; diferentes empregos, escolas. Quem olha decide o que quer ver a partir de 100% da informação existente. Pena que não sei mexer com isso, pelo menos ainda. Maluquice? Observe as seguintes obras:









O desenho é o mesmo! Em razão da cor do papel em que é impresso, algumas tonalidades foram alteradas. Não poderiam estar retratando um problema em diferentes contextos? Cada pequena esfera seria uma constatação, um palpite de mudança, e as linhas as ações ou omissões que o criaram. Neste outro (abaixo), além do suporte utilizado na impressão (em nossa metáfora o contexto) ser preto ou branco, há uma mudança de posicionamento, em um o gráfico está de pé e em outro está deitado.









Para mim isso é uma viagem de barco. Da proa para a poa da poa para a proa e uma certa estabilidade quando se está em seu centro. Viajar de pé, sentado ou deitado faz toda a diferença para a impressão que se tem do trajeto. Mas poderia ser também ir e voltar, no mesmo dia, de Morro de São Paulo-BA (quem já foi por mar, sei que me entende).

Tantas foram as fotos e as possibilidades que até deixei de ir ao MIS, que fica no mesmo terreno do MuBE. Jovens de idade ou de espírito pareciam ter dedicado sua tarde à exposição que apresenta as tendências no ramo de video game. Um cartaz na entrada avisava que o ingresso (R$10 ou R$5) permitia acesso por 3horas aos jogos, sendo permitido jogar 5 minutos por vez. Mesmo que estivesse vazio, acho que somente aproveitaria MIS se houvesse alguém paciente e que conhecesse o assunto junto comigo, para me explicar... Deve valer muito a pena para quem entende ou costuma jogar.

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